domingo, 25 de março de 2012

A Criatura e o Seu Criador*

No atual cenário da conjuntura política, dois casos são bem emblemáticos nessa questão das candidaturas “arrumadas”, em especial de pessoas que chegaram ao poder sem o total apoio das suas bases ou alçados a condição de candidatos sem legitimidade razoável, sequer de uma prévia aprovação popular. Dilma que foi uma criação de Lula e João da Costa, uma candidatura feita nas coxas.

Foram fórmulas que os Criadores encontraram para se perpetuarem no poder e assim continuar dando as cartas, através claro, das suas Criaturas.

Dilma às vezes amparada e às vezes manipulada pelo seu criador, como disse Marisa Gibson do Diário de Pernambuco, dá sinais de fadiga e “uma grave crise no Congresso Nacional está instalada. E tudo criado por sua própria base política.” Profetizam os analistas que a Presidenta deva perder o apetite pela reeleição.

Aqui em Recife não é diferente, puxaram o tapete de João da Costa, que agora ameaça até “abrir o bico”, numa clara ameaça ao seu Criador, para quem pode virar suas armas, (sic) palavras dele. A gestão desmoronou e o prefeito enfrenta uma orquestrada articulação para destrona-lo. E aqui, mais uma vez, uma vítima dos próprios correligionários.

Penso que no Cabo a estratégia também segue nessa mesma linha. Lembro que o atual prefeito já teve sérias desavenças com o seu vice, que inclusive já o denunciou no Ministério Público por malversação do dinheiro e da estrutura pública. Portanto, não há confiança mútua e ainda por sabermos que essa escolha se deu também pelo critério da eliminação, visto não haver nomes competitivos e consensual na atual administração. Basta-nos isso, e já se justificam as dúvidas.

O candidato do prefeito, como corre a boca miúda nos quatros cantos da cidade, não tem envergadura para gestar a nossa cidade em momento tão delicado, em que o município agoniza e que, por conseguinte, só encontrará o rumo do desenvolvimento, caso seja entregue a alguém com clara capacidade técnica e política para tanto. Nada contra a pessoa, pois não está em jogo uma simples competição, mas sim o futuro da nossa cidade. E daí, alerta-nos desde já a consciência, da nossa co-responsabilidade.

Percebe-se, por orientação do marqueteiro oculto, a pretensa construção da imagem do candidato seguindo no caminho da figura do coitadinho, basta analisar o seu discurso LIDO no ato que ocorreu na última sexta-feira na Câmara de Vereadores.

Coitado de quem não abrir bem os olhos, isso sim!

Considerando essas nuances meramente politiqueiras, fica claro ser imprescindível uma amplo debate em nossa cidade, e os que por ventura discordarem, haverá de concordar então de que temos de fato um candidato que representa a situação, com flagrante despreparo e os que conseguem ver na oportunidade de um debate, um grande momento democrático onde prevalecerá a liberdade de análise de cada eleitor ainda mais aguçada, estarão dando uma enorme contribuição ao Cabo de Santo Agostinho, que nesse momento pede cautela e sensatez a cada um dos seus filhos.

*Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras e técnico em Gestão Pública