quinta-feira, 7 de junho de 2012

DILMA, ESCUTA: DISCURSO NÃO RESOLVE CRISE*



Quando mais se espera que, não podendo mais deixar de reconhecer o tamanho dos problemas, o governo Dilma adote um plano articulado para debelar os efeitos mais nocivos da crise mundial sobre a economia brasileira, o que se vê é a repetição do que tem feito até agora, sem resultados concretos: vender otimismo, ameaçar os pessimistas e construir um cenário cada vez mais distante da realidade. Utilizam-se promessas para enfrentar problemas.

Embora tivesse demonstrado, no início da semana, grande preocupação com a situação - sobretudo depois da constatação, pelo IBGE, da estagnação da economia no primeiro trimestre -, a ponto de convocar uma reunião de emergência com os principais ministros e auxiliares da área econômica para decidir ações imediatas, na terça-feira a presidente Dilma Rousseff parecia ter descoberto um novo quadro econômico. Na sua avaliação, a expansão da economia em 2012 não será menor do que a registrada no ano passado (quando o PIB cresceu 2,7%), como está sendo previsto pela maioria dos economistas do setor privado, porque o governo vai lançar mão dos instrumentos necessários para estimular os investimentos e sustentar o crescimento do consumo.

"Quem aposta na crise, como (fez) há quatro anos, vai perder de novo", profetizou Dilma, na solenidade do Dia Mundial do Meio Ambiente. Repetiu a bravata feita pelo presidente Lula em 2009, que disse que quem apostasse que a crise internacional iniciada no ano anterior quebraria o Brasil acabaria "quebrando a cara". O País, disse Dilma, tem um "arsenal de providências" que podem ser colocadas em prática. "Sistematicamente, tomaremos medidas para expandir o investimento público, estimular o investimento privado e o consumo das famílias."

É o que se espera que seja feito, mas de maneira eficiente. Em tese, esse tripé sustentará a atividade econômica e propiciará o crescimento mais rápido dentro de algum tempo. Mas, na prática, há superdimensionamento de um dos pés e atrofia dos outros dois. O que o governo tem feito com grande insistência é estimular o consumo, por meio da ampla oferta do crédito, a juros menores. É uma política cuja eficácia está limitada pela capacidade de endividamento das famílias e pela disposição dos bancos de emprestar. O aumento do comprometimento da renda das famílias com despesas financeiras e o crescimento dos índices de inadimplência indicam que essa política terá efeitos cada vez menores.

As incertezas do cenário internacional e os impactos da crise na economia brasileira paralisaram os investimentos privados. Por isso, é o momento adequado para o governo utilizar seu "arsenal de providências" e acelerar os investimentos públicos. Até agora, porém, o governo Dilma mostrou pouca aptidão para isso. Os investimentos federais neste ano são os menores dos últimos três anos (para o período janeiro-maio), como mostrou o Estado, ontem.

Demonstrando despreocupação com o quadro econômico, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia registrará em maio e junho índices de crescimento "muito maiores" do que em abril e o resultado do segundo trimestre será melhor do que o do primeiro. Na sua avaliação, a economia superou a fase de estagnação e entrou numa rota positiva. "Teremos crescimento do PIB e da produção industrial", destacou, referindo-se ao setor que, em abril, apresentou resultados decepcionantes. Citou a indústria automobilística, que tem grande peso na composição do PIB, e que, na sua opinião, "agora vai crescer mais do que outros setores".

Igualmente sem demonstrar preocupação com o cenário, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu as medidas adotadas pelo governo para estimular o crédito e o consumo das famílias. Num momento em que caberia à autoridade monetária no mínimo apontar os riscos do contínuo estímulo aos financiamentos quando diminui a capacidade financeira do consumidor e cresce a inadimplência, Tombini tem-se limitado a defender as ações do governo - com o qual mostrou perfeito alinhamento durante a audiência pública na Câmara dos Deputados.

*Transcrito do Editorial do Estadão de 07/06/2012



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Bafo de Boca!





Em entrevista a Rádio Comunitária Ponte FM (Ponte dos Carvalhos) hoje a tarde, o prefeito Lula Cabral(FOTO)disse, textualmente, que a saúde do município estava entre as melhores da região metropolitana do Recife.

Sem citar nenhuma referência para sustentar sua afirmativa, Lula Cabral, apenas repetiu pela enésima vez o que já está se tornando ladainha nas suas falas: encontrou o Hospital Mendo Sampaio com apenas uma maca e que foi ele quem construiu o Hospital Infantil.

Voltando ao mundo dos mortais e dos que utilizam a rede municipal de saúde do Cabo de Santo Agostinho, a coisa não é tão agradável assim, nem aos ouvidos, nem a vista e muito menos ao coração. A saúde do Cabo, agoniza pedindo SOCORRO! Diariamente, os que frequentam os Postos de Saúde sabem da carência de pessoal e da falta de medicamentos, até os mais simples.

Recentemente, durante a campanha de vacinação dos idosos contra a gripe, alguns usuários relataram que tiveram de levar algodão e seringa se quisessem ser vacinados. Algumas consultas, chegam a ser remarcadas mais de 4 vezes até o paciente ser atendido. Falta médicos e especialistas das mais variadas áreas e até para fazer exames num laboratório recém inaugurado anexo ao Mendo Sampaio os pacientes tem que passar por uma "via-crucis" se quiserem ter sucesso na empreitada. Enfim, só ao vivo e "in loco" para poder se perceber a gravidade da situação!

Só quem sabe o que passa é o cidadão comum que precisa utilizar algum serviço da rede de saúde do Cabo e encontra inúmeras dificuldades no seu dia a dia. Falar em estúdio refrigerado, tomando água mineral gelada e usufruindo de um bom plano de saúde é fácil dizer que a saúde do Cabo está entre as melhores da RMR! Viver a realidade, é outra coisa, o resto, como dizem lá pras banda do meu sertão, é BAFO DE BOCA!




terça-feira, 5 de junho de 2012

APOSTANDO TODAS AS FICHAS



O processo eleitoral afunila-se. Já ingressamos no mês de São João e, os grupos políticos se apressam para cumprir prazos e homologar candidaturas. Aqui no Cabo, não é diferente. Faltando um mês para o início da campanha propriamente dita, já presenciamos o "corre-corre" dos pré-candidatos.

Pois bem, além dos recentes apoios de peso recebidos pelo pré-candidato do PSDB, deputado Betinho Gomes, entre esses dos senadores Jarbas Vasconcelos(PMDB) e Armando Monteiro(PTB)- FOTO - dois fatos marcaram a pré-sucessão municipal no Cabo nesses últimos dias. O primeiro foi a distribuição de um panfleto pelas ruas da cidade informando o resultado de uma pesquisa supostamente divulgada em um Blog famoso do Recife, em que o pré-candidato da situação, o vice prefeito Vado, aparece com 42% das intenções de voto, seguido pelo deputado Betinho Gomes, pré candidato do PSDB, com 39%. Entretanto, a pesquisa oficial, registrada no TRE/PE e confirmada pelo dito blog, trazia resultado completamente diferente do anunciado pelo grupo da situação, onde o candidato tucano aparece na frente com 41% das intenções contra 24% de Vado da Farmácia. Como se isso não bastasse, o panfleto apócrifo estava sendo distribuído em Ponte dos Carvalhos, na sexta-feira, 01 de junho, em pleno horário do expediente da tarde por pessoas que reconhecidamente exercem cargo em comissão na prefeitura do Cabo. Resumindo: o episódio deixa farta munição para a equipe jurídica do deputado Betinho Gomes utilizar contra seus adversários.

O segundo, foi o lançamento ontem das pré candidaturas de Paulo Farias(PSD) e Dr. Zé Carlos(PMN), ambos, ligadíssimos ao prefeito Lula Cabral, inclusive , o último tendo assumido a pasta da saúde na administração atual. Depreende-se do 2° fato, por mais leigo que o leitor seja, que as pré-candidaturas supracitadas são na verdade, "boi de piranha" do grupo, aquelas usadas para "interlocução" de último degrau, apesar de, na forma da Lei, terem toda a legitimidade representativa de qualquer candidatura. Numa segunda análise, se homologadas, as duas podem ter sido concebidas com o claro objetivo de tentar influenciar nos índices das pesquisas, que até agora, deixam o tucano Betinho Gomes, numa posição confortabilíssima e, certamente, ira influenciar nos apoios e, inclusive numa participação mais "aguerrida" do governador Eduardo Campos no pleito, cabo eleitoral que todos querem no palanque.

De qualquer forma, os episódios citados dão uma mostra que o grupo comandado pelo prefeito Lula Cabral, sentiu o fraco desempenho do seu candidato junto ao eleitorado cabense, que já o chamam de "Vado da Bolacha", numa alusão ao ex-prefeito Zequinha, que ficou eternizado no imaginário popular como um político de poucas letras, nenhum discurso e com forte tendência assistencialista.

Diante da conjuntura, é nítido que o prefeito Lula Cabral vai apostar todas as fichas e artifícios que encontrar pelo caminho para tentar "inflar" uma candidatura que está posta, mas não convenceu, nem empolgou!